Curta-metragem “Detrito e a dança algorítmica” produzido por Duda Oliveira e Eliabe Selva, foi criado para o módulo de Culturas Digitais do curso de Dança e também como produto para o curso de Produção Cultural
A inteligência artificial já faz parte do cotidiano, e utilizá-la para aprimorar a arte será cada vez mais comum. Foi exatamente isso que fizeram os estudantes Duda Oliveira, do curso de Dança, e Eliabe Selva, do curso de Produção Cultural, da Universidade do Distrito Federal Professor Jorge Amaury Maia Nunes (UnDF), na avaliação final do módulo Culturas Digitais, orientado pelo professor Walace Roza.
O curta-metragem “Detrito e a dança algorítmica” produzido pelos estudantes apresenta uma personagem criada integralmente com IA, que utiliza óculos de realidade virtual para assistir a uma apresentação de dança em um ambiente calmo e belo. No entanto, a cena é interrompida por interferências digitais que distorcem a percepção da realidade. A dançarina se desfaz e dá lugar a uma cidade tomada pela poluição e por sons perturbadores. Ao tirar os óculos e olhar pela janela, a personagem se depara com drones de vigilância, poluição e outdoors publicitários. De acordo com os produtores, essa transição brusca é o coração da crítica social do trabalho. Confira o vídeo:
Duda Oliveira e Eliabe Selva acreditam que as novas ferramentas tecnológicas de inteligência artificial podem ser utilizadas para aprimorar e potencializar processos criativos, sem eliminar ou substituir a ação humana, assim como o advento da máquina fotográfica e o cinema no início do século XX. Adaptar-se é essencial para manter a arte viva, segundo os estudantes.
Produção
As cenas de dança foram gravadas na sala de dança do Campus Norte da UnDF, com os movimentos da aluna Duda Oliveira, posteriormente transformados com o uso de IA. Eliabe Selva relata que o processo criativo foi muito mais demorado do que estão acostumados a fazer sem a IA.
“Envolveu pesquisa em fóruns estrangeiros, estudo de uma ferramenta avançada chamada ComfyUI, várias horas de testes experimentais e todo um destrinchar tecnológico com pouco conteúdo disponível na internet para pesquisa. Diferentemente dos modelos de IA que rodam na nuvem e são usados em sites, a ferramenta que utilizamos roda diretamente no computador, com diferentes módulos e modelos open source. Nossa obra não excluiu totalmente um processo ‘manual’”, pontuou Eliabe Selva.
O professor Walace Roza lembra que a proposta surgiu a partir das reflexões do professor Pedro Demo durante a Semana Pedagógica da universidade, que inspiraram uma nova abordagem avaliativa para os estudantes, com liberdade criativa aliada ao conhecimento desenvolvido em sala de aula. “Penso que o projeto está totalmente alinhado à proposta de uma pedagogia viva, baseada na resolução de problemas e na vida real, em que o estudante é o centro do processo educativo”, destaca o docente.
“Acredito que temos que construir uma universidade popular que dialogue com os anseios e expectativas da população do DF, especialmente daqueles que mais precisam”, aponta.
A coordenadora do Centro Interdisciplinar de Educação Magistério e Artes, Edi Pires, ressalta a importância do Núcleo Universal para o desenvolvimento universitário:
“O Núcleo Universal, criado na proposta pedagógica da UnDF, tem como objetivo oferecer uma formação geral que seja consciente, crítica e humanista. Ele busca desenvolver o sujeito de forma integral, considerando seu tempo e espaço, e capacitando-o a enfrentar os desafios da contemporaneidade de maneira mais preparada e consciente.”
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